segunda-feira, 22 de junho de 2009

AS CURAS DIVINAS

AS CURAS DIVINAS
Luciano do Vale


"E, saindo eles, percorreram todas as aldeias, anunciando o evangelho, e fazendo curas por toda à parte." (Lucas 9:6)

Jesus através das curas teve sua autenticidade reconhecida junto ao povo como filho de Deus.

"Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus." (Atos 4:30)

Através desta passagem bíblica vemos claramente que só pelo nome de Jesus curas podem se realizar. Entretanto, levanto aqui uma questão bastante relevante ao ser analisada dentro da lógica, que é o ramo da filosofia que cuida das regras do pensar correto, a fim de chegar a conhecimentos verdadeiros usando a razão. Os evangélicos testemunham curas feitas por Jesus. Os católicos testemunham curas feitas por Santos e os Espíritas testemunham curas pelo espírito do Dr. Adolf Fritz, um médico alemão que morrera na Primeira Guerra Mundial, que incorpora em médiuns. Conversando com alguns evangélicos sobre o assunto, ao questioná-los como essas curas feitas por santos e espíritos é possível, já que a bíblia afirma que só há curas pelo nome de Jesus, a resposta que obtive foi unânime: A fé, a crença de que podem ser curados por intervenção divina.

“Não farás para ti imagem de escultura representando o que quer que seja do que está em cima no céu, ou embaixo na terra, ou nas águas debaixo da terra.” (Deuteronômio 5,8) “De que serve a imagem esculpida para que o escultor a talhe? E o ídolo fundido, que só ensina mentiras, para que o artífice nele ponha a sua confiança, fabricando divindades mudas? (Habacuc 2,18)

Bom, dentro então da lógica (da qual não podemos nos desvincular sob pena de desvio da razão e da sanidade), lhes pergunto: Se a bíblia condena toda adoração a imagens, pois que delas emanam ensinos de mentira e que as mesmas também são divindades mudas (no sentido de que nada podem realizar) e que ninguém vai ao Pai senão por Jesus, sendo o único intercessor entre nós e Deus, como poderia Jesus curar uma pessoa que a busca em Nossa Senhora de Fátima ou no espírito do Dr. Fritz? Se Jesus realiza tais curas não buscadas em seu nome, está ele mesmo conduzindo o povo à perdição ao fazê-los crer que imagens e espíritos de médicos desencarnados tem este poder, sendo então corretos os que neles crerem. Esta questão coloca em debate o poder de cura, outrora realizado por Jesus, e agora por padres e médiuns não em seu nome. As curas atuais, embora não semelhantes aos feitos de Jesus, é o motor propulsor de muitas igrejas juntamente com a teoria da prosperidade. Como demonstrado, é antibíblica na visão evangélica, que basta ter fé para que se possa receber curas divinas, mesmo buscando-as nas fora do nome de Jesus. Biblicamente, o que cura católicos e espíritas? Confrontando os testemunhos existentes à palavra de Deus, não encontrei resposta lógica para esta questão.

domingo, 21 de junho de 2009

ATRIBUTOS DE DEUS

ATRIBUTOS DE DEUS

ANALOGIA E LÓGICA

Por Luciano do Vale

Se considerarmos uma pessoa dedicada, sempre presente, honesta, perseverando uma vida inteira nesse propósito, e, ocorrendo algo suspeito, e essa pessoa sendo inocente, mas por ter estado presente no local, ouvir comentários não verdadeiros a seu respeito, como se sentiria? Ofendida não?, sim. Qualquer de nós, mesmo não sendo os perfeitos honestos nos ofendemos quando algo a nosso respeito não verdadeiro seja pronunciado. Através do conhecimento que temos de alguém, podemos até mesmo comparar algum ato a ela e decidir ou não se acreditamos. Por exemplo, uma mulher amável com seu marido e seus filhos, e com todos, seria razoável acreditarmos que ela, quando só, maltratava com espacamentos o cãozinho de sua filha amada? Claro que não. Ouvindo tal estória a rejeitaríamos, em razão de conhecê-la, e assim nos reservaríamos em só acreditar caso realmente provado. Como Deus se sentiria ao ouvir de nós algo a seu respeito não verdadeiro? Imagino, por se tratar de sermos a imagem e semelhança de Deus, que sua reação é a mesma: Sentiria-se ofendido. Podemos ofender Deus? Sim de várias maneiras, e a que aqui comento acredito que aconteça demasiadamente até mesmo dentro das igrejas mais tradicionais.

Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó. Jó, Cap. 42, versículos 7, 8 e 9.

Neste capítulo bíblico Deus nos mostra que suas ações são justas e que não devemos atribuir a ele nenhuma injustiça. A pouco tempo, falando com uma irmã, ela me disse que o inferno não existe, pois sendo Deus amor jamais faria um lugar assim. Perguntei a ela: Se tivesse uma filhinha de 5 anos e alguém a estuprasse e matasse em seguida fugisse, acharia justo que realmente Deus tenha feito o inferno pra colocar pessoas assim? Ela concordou na hora, pois diante dessa pergunta passou a entender que Deus foi justo ao criá-lo. Bom partindo desse prisma, seus efeitos transcendem. Levanto agora a presente questão: Sendo Deus Justo, ele criou o inferno, cuja existência é justa. Como poderia neste lugar justo criado pelo mais justo de todos, serem aplicadas penas injustas? Por todo o tempo que freqüentei as igrejas evangélicas, me foi ensinado que o inferno é um lugar que há gemidos e ranger de dentes. Assim nas igrejas há um consenso geral que todos queimam igualmente no inferno. Parece-lhe razoável, Deus (justo como é, perfeito como é, santo como é) penalizar alguém por ganância igualmente a Hitler que matou seis milhões de judeus torturados, decapitados, de fome e sede, doentes, mutilados, incluindo crianças? Atribuindo a ele tal personalidade não estaríamos agindo como os amigos de Jó? Ao conhecer certa pessoa supostamente boa, nos resguardamos em acreditar em atribuições aparentemente estranhas até prova definitiva. Assim sendo, poderíamos acreditar em atribuições injustas a Deus? A meu ver, quando Deus referiu-se a atitude dos amigos de Jó como “vossa loucura” mais que claro ele afirmou serem quaisquer atribuições erradas a seu respeito. O que vem a ser analogia? Ora o ponto de semelhança entre coisas diferentes, cuja análise nos mostra a lógica. Lógico é o cruel fazer maldades, lógico é o bondoso fazer bondades, lógico é o médico operar, lógico é o pedreiro construir casas. Lógico não é, Deus cometer injustiças. Lógico não é, Deus aplicar penas iguais para crimes absurdamente diferentes. Lógico não é Deus agir com imperfeição. Lógico é atribuirmos a ele somente ações próprias de um Deus justo, puro em sua moral, integridade e amor. Insano é acreditar que Deus pudesse ser questionado com razão por uma alma condenada, acerca da pena aplicada. Portanto ao mencionar o nome do Deus Santo, fazei com cautela, pra que não deixais a “vossa loucura” lhe condenar.

EUTANÁSIA - UM DIREITO?

EUTANÁSIA

EM CASOS ESPECIAIS IRREVERSÍVEIS
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Por Luciano do Vale

Antigamente detestava este assunto, achava-o desagradável, que era problema dos doentes terminais e seus familiares. Mas agora, repensando a questão, me sito muito arrependido, primeiro porque pela compaixão o tema merece a devida atenção, e segundo, pelo simples fato de poder ser a qualquer momento também um doente terminal. Definindo tal atitude no passado, não há palavras que a caracterize melhor que estas três: UM GRANDE EGOÍSTA.

Nas fazendas, zoológicos e clínicas veterinárias é comum o sacrifício de animais feridos ou doentes irreversivelmente. Motivados pela compaixão, põe fim à vida para cessar o sofrimento. Os proprietários, por mais que os ame, concordam e muitos até pagam alguém capaz de fazê-lo. Em seres humanos, devido à semelhança com o assassinato, o tema ganha proporções gigantescas. Entretanto, devido à enorme relevância da matéria, analiso aqui, somente casos irreversíveis com sofrimento ao ápice, aos quais concordo plenamente, diante da vontade do doente, com uma ação (eutanásia) a fim de proporcionar alívio imediato. Nesses casos especiais, o amor assume papel predominante. Um clássico disso foi o de uma mãe americana que desligou o tubo de oxigênio de sua filha. A garota tinha câncer avançado e já não respondia mais à morfina, vivenciando profunda dor, angústia e depressão, pois permanecia lúcida durante várias horas diárias. Seu quadro foi assim descrito pelos médicos e psicólogos que a acompanhavam:

“Fisicamente, a paciente representa a dor em estado bruto, pois se transformou em ícone desse sentimento, os nervos de seu corpo só se contraem em resposta ao que é, sua boca só pronuncia o que sente, seus ouvidos só ouvem o que de sua boca sai e seu olfato só capta o que seus poros expelem em resposta ao que sente. Psicologicamente, é um caso clássico do cume da ruína humana.”

Sob o ângulo religioso, ouso discordar daqueles que alegam violação ao mandamento “não matarás”, visto que não se trata propriamente de assassinato, porque como disse antes, o que analiso aqui são casos irreversíveis, onde a decisão primordial básica e única é morrer agora ou morrer com antecedência de longos períodos de sofrimento abominável. Também não me refiro às pessoas em coma, que nada sentem. No velho oeste americano, era comum nos enforcamentos, os familiares dos condenados se dependurarem ao seu corpo com a finalidade de encurtar o tempo da angústia, pois não havia mais a possibilidade de salvar suas vidas. Não seria esse ato compaixão?. Atitudes assim eram praticadas pelos parentes mais próximos e jamais foi tida como uma participação efetiva da família no enforcamento. Há também o caso de judeus submersos até o pescoço em água gelada por nazistas, cobaias em estudos sobre morte por hipotermia, sendo mortos a tiros por um amigo. Em certa viagem que fiz, me deparei com dois bois que foram atropelados, os animais quebraram todas as patas e ossos ficaram expostos, todos olhavam angustiados tais sofrimentos. Por decisão geral dos ali presentes, dei dois tiros em cada animal para aliviá-los da dor (jamais o faria se os animais estivessem bem). Diante do exposto extraí as seguintes questões: a) se temos compaixão por animais não deveríamos ter com humanos em idêntica situação? b) se concordamos que a vida de um animal não vale à pena quando só resta sofrimento, a de um ser humano vale?. c) se junto a um animal estiver um ser humano em mesmo grau de sofrimento, ao animal daremos o golpe de misericórdia e o humano entregaremos à própria sorte?. Afim de melhor decidir, nos imaginar em situação com possibilidade de morte imediata ou precedida de longos períodos de dores alucinantes, é o melhor: Se nos amarrassem à uma máquina especial projetada pra matar, e nos der um revólver, e essa máquina começar seu trabalho lentamente, primeiro extraindo uma unha, depois a outra, depois um dedo, depois outro, depois um pé, depois outro (promovendo dores idênticas as provocadas por certos tipos de enfermidades), o que faríamos com a arma em nossas mãos? No meu caso lhes respondo agora: Não sou capaz de matar alguém nem de suicidar, mas diante desse quadro daria um tiro em mim antes que fosse tirada A ÚLTIMA MÃO, e se pudesse, atiraria nas pessoas que na mesma situação que eu, não tivessem uma arma e assim desejassem. Não o faria com a intenção de privá-las de suas vidas, descaracterizando por completo violação ao mandamento "Não matarás", pois movido por compaixão e não ódio.