domingo, 21 de junho de 2009

ATRIBUTOS DE DEUS

ATRIBUTOS DE DEUS

ANALOGIA E LÓGICA

Por Luciano do Vale

Se considerarmos uma pessoa dedicada, sempre presente, honesta, perseverando uma vida inteira nesse propósito, e, ocorrendo algo suspeito, e essa pessoa sendo inocente, mas por ter estado presente no local, ouvir comentários não verdadeiros a seu respeito, como se sentiria? Ofendida não?, sim. Qualquer de nós, mesmo não sendo os perfeitos honestos nos ofendemos quando algo a nosso respeito não verdadeiro seja pronunciado. Através do conhecimento que temos de alguém, podemos até mesmo comparar algum ato a ela e decidir ou não se acreditamos. Por exemplo, uma mulher amável com seu marido e seus filhos, e com todos, seria razoável acreditarmos que ela, quando só, maltratava com espacamentos o cãozinho de sua filha amada? Claro que não. Ouvindo tal estória a rejeitaríamos, em razão de conhecê-la, e assim nos reservaríamos em só acreditar caso realmente provado. Como Deus se sentiria ao ouvir de nós algo a seu respeito não verdadeiro? Imagino, por se tratar de sermos a imagem e semelhança de Deus, que sua reação é a mesma: Sentiria-se ofendido. Podemos ofender Deus? Sim de várias maneiras, e a que aqui comento acredito que aconteça demasiadamente até mesmo dentro das igrejas mais tradicionais.

Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó. Jó, Cap. 42, versículos 7, 8 e 9.

Neste capítulo bíblico Deus nos mostra que suas ações são justas e que não devemos atribuir a ele nenhuma injustiça. A pouco tempo, falando com uma irmã, ela me disse que o inferno não existe, pois sendo Deus amor jamais faria um lugar assim. Perguntei a ela: Se tivesse uma filhinha de 5 anos e alguém a estuprasse e matasse em seguida fugisse, acharia justo que realmente Deus tenha feito o inferno pra colocar pessoas assim? Ela concordou na hora, pois diante dessa pergunta passou a entender que Deus foi justo ao criá-lo. Bom partindo desse prisma, seus efeitos transcendem. Levanto agora a presente questão: Sendo Deus Justo, ele criou o inferno, cuja existência é justa. Como poderia neste lugar justo criado pelo mais justo de todos, serem aplicadas penas injustas? Por todo o tempo que freqüentei as igrejas evangélicas, me foi ensinado que o inferno é um lugar que há gemidos e ranger de dentes. Assim nas igrejas há um consenso geral que todos queimam igualmente no inferno. Parece-lhe razoável, Deus (justo como é, perfeito como é, santo como é) penalizar alguém por ganância igualmente a Hitler que matou seis milhões de judeus torturados, decapitados, de fome e sede, doentes, mutilados, incluindo crianças? Atribuindo a ele tal personalidade não estaríamos agindo como os amigos de Jó? Ao conhecer certa pessoa supostamente boa, nos resguardamos em acreditar em atribuições aparentemente estranhas até prova definitiva. Assim sendo, poderíamos acreditar em atribuições injustas a Deus? A meu ver, quando Deus referiu-se a atitude dos amigos de Jó como “vossa loucura” mais que claro ele afirmou serem quaisquer atribuições erradas a seu respeito. O que vem a ser analogia? Ora o ponto de semelhança entre coisas diferentes, cuja análise nos mostra a lógica. Lógico é o cruel fazer maldades, lógico é o bondoso fazer bondades, lógico é o médico operar, lógico é o pedreiro construir casas. Lógico não é, Deus cometer injustiças. Lógico não é, Deus aplicar penas iguais para crimes absurdamente diferentes. Lógico não é Deus agir com imperfeição. Lógico é atribuirmos a ele somente ações próprias de um Deus justo, puro em sua moral, integridade e amor. Insano é acreditar que Deus pudesse ser questionado com razão por uma alma condenada, acerca da pena aplicada. Portanto ao mencionar o nome do Deus Santo, fazei com cautela, pra que não deixais a “vossa loucura” lhe condenar.

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